quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Onde está a especificidade?







Eu gosto muito da área do treinamento esportivo e acho que é um segmento que tem avançado muito, mas que também tem muito o que ser desenvolvido. Por isso, outro dia fui acompanhar um treino de tênis de quadra para atletas considerados de "alto nível". Fiquei surpreso e preocupado com o que vi, já que uma parte dessa sessão de treino os atletas ficaram correndo por muito tempo em volta da quadra, no que seria um treino aeróbio, e em seguida os atletas davam "tiros" de 60 metros. Vejam bem, não estou falando o que é certo e o que é errado, até mesmo porque é difícil citarmos afirmações deste tipo quando falamos de treinamento esportivo. O objetivo aqui não é criticar aquele treinador ou aquele treino, mas desenvolver uma visão crítica e de reflexão sobre os processos de treinamento que expomos nossos atletas e futuros ídolos. Se observarmos o princípio de especificidade do treinamento esportivo, sugere-se que quanto mais específico o treino, maior a transferência que ele tem sobre o desempenho do atleta. Ou seja, se treinamos um atleta de tênis, devemos aplicar exercícios e ações que sejam próximas aos gestos e a especificidade dessa modalidade. Colocar os atletas para correrem em volta da quadra e justificar essa atitute como um treino aeróbio é muito simplista para mim, principalmente em período competitivo. Afinal, estamos formando tenistas ou maratonistas?? Em que momento de um jogo, o tenista dá um "pique" de 60 metros?? Não podemos fazer um treino aeróbio mas com gestos e exigências específicas do tênis?? Mas o principal problema e culpado não é o coitado do treinador e sim o gestor que colocou ele lá, com a responsabilidade de formar nossos talentos!! Mas também, como o gestor iria avaliá-lo se nem ele sabe dessas coisas??

Um comentário:

MASA disse...

Imagina o que eu não sofro com os treinos de Judô que tem por esse Brasil afora...